Se alguém me perguntasse em Março de 2020 "qual é o seu sonho?", com certeza eu diria que era voltar ao mercado de trabalho; a partir de agora contarei a história de como foi parar na fotografia.

O QUE EU FAZIA ANTES DA FOTOGRAFIA

Infelizmente a história é longa e triste. Elton estava em um trabalho considerado estável e bom na Administração em uma das empresas dentro do Aeroporto de Macaé (MEA) por quase 3 anos, e assim recebeu uma proposta de trabalho muito maior que ele imaginava e que prometia mais estabilidade, aceitou e logo depois, pediu a mão da Istefhane Amaral em casamento.

Coincidência ou não, meses depois após ter trocado de trabalho para atuar na mesma área, ele passou por várias decepções no trabalho a ponto de clientes quase partirem para cima pois para os clientes eu representava o nome do 'dono'; e sem saber qual era o dia mais triste descobriu que tinha o enganado no contrato — colocou como experiência sendo que prometia estabilidade por pelo menos 2 anos, não deixou ele ler direito o contrato sob coação, viu várias irregularidades ao longo do tempo, e a medida que os meses se passaram o clima foi ficando mais tenso com até risco de morte.

A partir daí, passou a conhecer melhor o Código de Defesa do Consumidor (CDC) e passou a defender não a 'camisa' que estava vestindo, mas o consumidor que em 98% das vezes estava certo.

Os dias estavam passando e eu ainda não acreditava que poderia ser pior. Sabendo que eu não estava mais ao lado da empresa mas dos consumidores por não compactuar em trabalhar contra a lei, em Março de 2018 faltando 7 meses para o casamento, e sabendo disso, houve um bode espitório para os piores momentos a ocorrer: uma chuva torrencial na cidade de Macaé.

Sozinho, fui o único da rua que abriu as portas e mesmo assim o 'dono' ficou irritado simplesmente por ter contrariado em relação ao ocorrido na cidade pois ninguém abriu as portas nesse dia, e 2 dias depois foi demitido amigavelmente, porém as consequências foram desastrosas meses antes do casamento.

A carteira de trabalho estava até então retido pelo 'dono', se passaram 3 meses, e mesmo solicitando ainda teve muitas ameaças pesadas da parte dele, assim passou a ter crises de ansiedade até então, desesperos e até sintomas de síndrome do pânico, realmente essa pessoa conseguiu jogar na lama justamente meses antes do casamento. Após esse triste momento, somente em Julho, enfim, entregou a carteira de trabalho e deu a baixa na documentação, mesmo com algumas irregularidades na documentação e na baixa, ele deixou passar mesmo com todo o desgaste e com um prejuízo que era bem relevante para ter a paz e focar totalmente no casamento.

O NOSSO CASAMENTO

E assim, nos 3 meses restantes passamos a focar totalmente no casamento e se casaram no final de Outubro de 2018.

Foi um dos melhores dias da vida, por casar com a sua melhor amiga, confidente, compnheira e parceira de todos os momentos e doideiras, desde os preparativos até o dia do casamento foram simplesmente perfeitos, sem atrasos ou dores de cabeça, mas foi tudo em favor da organização e do amor.

O dia do casamento passou, e agora sem emprego? Como ele sustentaria uma família?

Ele arranjou várias formas para trabalhar mas não conseguia, mas ele amava fotografar e sempre ficava fotografando lugares, pessoas e até animais pela rua.

A fotografia era uma paixão que virou amor começando no pré wedding que fizeram meses antes do casamento, e aos poucos esse amor foi crescendo. Antes a fotografia era apenas um hobby, mas daí o contato com a fotografia aos poucos estava ficando sério.

O PRIMEIRO CONTATO COM A FOTOGRAFIA DE MODO EXPERIMENTAL

Em Janeiro de 2019 ele passou a fazer alguns treinamentos, testes, e aprimoramentos e fotografando tudo com um simples Samsung J5 Pro; até que em Janeiro de 2020 as fotos estavam ultrapassando bairros e fez alguns trabalhos bem relevantes mesmo com um celular.

Era fotógrafo por amor, mas o desespero começava a bater. 1 ano trabalhando como um hobby pelo celular, precisava sustentar uma família e ao mesmo tempo ansiando para comprar uma câmera profissional, 1 ano fazendo alguns trabalhos e conseguindo mais clientes, tinha tudo pra crescer... até que chegou a pandemia da Covid-19 em Março de 2020.

Chegou a pandemiada Covid-19 e o trabalho parou. O pouco que tinha era para manter a família e ao mesmo tempo com o desejo de comprar uma câmera profissional; daí chegou o Auxílio Emergencial do Governo e juntou tudo que tinha e enfim investiu na sua tão sonhada câmera profissional em Julho de 2020.

Foi uma mistura de emoção com realização, mas não só a sua própria, mas por agora realizar sonhos de vários casais com a qualidade que sempre sonhei em passar.

E dias depois após adquirir a tão sonhada câmera profissional, ele fez o seu primeiro trabalho, 3 trabalhos em 1 único mês; mas em Setembro de 2020 em plena pandemia, foi o mês mais esperado: o "Poder da Autoria" realizado por um dos melhores fotógrafos (quiçá o melhor) do Brasil e minha referência, Robison Kunz, que foi simplesmente o divisor de águas na vida.

REALIZAÇÕES E FEITOS

Aos poucos as fotografias foram ultrapassando limites não somente no bairro, mas ultrapassaram cidades, pois a cidade onde temos o maior pedido de orçamentos e trabalhos feitos até o momento é Rio das Ostras/RJ (cidade vizinha).

E em pouco tempo mais barreiras foram sendo quebradas por ter o reconhecimento até mesmo fora do estado do RJ e nas demais regiões do país, e os pedidos de trabalho foram para cada vez mais longe da nossa cidade, passou a ser chamado como segundo fotógrafo de alguns fotógrafos no RJ, fazendo trabalhos solos como pré wedding e até casamentos.

LIÇÃO DE VIDA

Perdemos amigos na pandemia da Covid-19, tivemos algumas sequelas devido a pandemia, Elton contraíu 2 vezes e a Istefhane 3 vezes; mas quem diria que a pandemia veio em uma boa hora, a pandemia proporcionou ter o melhor trabalho que poderia imaginar, fazendo algo que eu amo: viajar e, ao mesmo tempo, fotografar. Por isso...

• Quando você achar que não vai conseguir — não se abale por ninguém;
• Quando alguém lhe ameaçar — resista, por mais que caia, levante-se;
• Se achar que a sua vida é ruim o bastante, mas está lendo esse post — agradeça, muitos não tem nem internet e nem mesmo o pão do dia;
• A sua vida dá limões — faça uma limonada, mas bem geladinha.

A fotografia me proporcionou tantas oportunidades, privilégios e realizar muitos sonhos tanto meus como da Istefhne, e sem dúvida os meus maiores feitos são: ver os nossos clientes tendo os seus sonhos realizados, sentir a felicidade no olhar de cada um após os ensaios e ao receber as fotos, por todas as pessoas que fotogrfamos se tornarem nossos amigos e por enfim sermos reconhecidos por muito mais pessoas.

Começamos na fotografia sem ajuda de ninguém, na cara e na coragem, mas já fomos indicados para alguns concursos e premiações; viajamos para lugares nunca visitados e realizamos ensaios em locais espetaculares.

Ter a experiência de ser um dos alunos #poderosos do melhor fotógrafo do Brasil a qual sou muito grato, Robison Kunz, da minha esposa Istefhane Amaral que está sempre ao meu lado e topando qualquer doideira e aventura, me acompanhando em todos os ensaios e eventos, não tem preço; pois se não fosse pela Istefhane eu não estaria contando essa história; e principalmente ao meu Deus, Jeová, serei muito grato por nunca desistir de mim até nos piores momentos que sofri em 2018, de dar o nosso melhor a ele e, ao mesmo tempo, nos dando bênçãos nos 2 melhores trabalhos do mundo - na fotografia e louvando ao único Deus Verddeiro, Jeová.